Qual É o Melhor Pedal de Chorus Analógico? 10 Reviews

Maria Silveira Costa
Maria Silveira Costa
11 min. de leitura

O som quente, orgânico e levemente imperfeito dos anos 80 está de volta aos pedalboards modernos. Encontrar o melhor pedal de chorus analógico não é sobre especificações técnicas frias, mas sobre como o circuito interage com o seu instrumento para criar texturas tridimensionais.

Diferente das emulações digitais estéreis, os pedais baseados em chips BBD (Bucket Brigade Device) oferecem uma profundidade e um caráter sônico que transformam acordes simples em paisagens sonoras ricas.

Este guia elimina o ruído do marketing e foca no que realmente importa: timbre, construção e valor.

Bucket Brigade e True Bypass: O Que Considerar?

A alma de um chorus analógico reside no chip BBD. Imagine uma brigada de incêndio passando baldes de água de uma pessoa para outra; um pouco de água cai no caminho. No áudio, o sinal é passado de um capacitor para outro, perdendo agudos e ganhando "sujeira" analógica a cada estágio.

Essa degradação natural é o segredo do som "quente" e "vintage" que guitarristas buscam. Se você quer pureza cristalina, procure um digital. Se busca textura e corpo, o BBD é obrigatório.

Nossas análises e classificações são completamente independentes de patrocínios de marcas e colocações pagas. Se você realizar uma compra por meio dos nossos links, poderemos receber uma comissão. Diretrizes de Conteúdo

Outro ponto crucial é o sistema de bypass. O True Bypass garante que o sinal da sua guitarra passe direto do input para o output sem tocar no circuito quando o pedal está desligado, preservando o timbre original.

No entanto, em setups com muitos cabos, um buffer de qualidade (comum em pedais Boss e alguns boutique) pode ser benéfico para manter a força do sinal. Para a maioria dos guitarristas que montam pedalboards compactos ou médios, a transparência do True Bypass é geralmente a preferência para evitar colorações indesejadas.

Top 10 Pedais de Chorus Analógicos em Destaque

1. MXR Chorus Analógico M234

O MXR M234 é frequentemente citado como o padrão da indústria para quem busca versatilidade analógica sem pagar preços de boutique. Ele se destaca pelo controle total sobre a equalização do efeito.

Diferente da maioria dos pedais que possuem apenas 'Rate' e 'Depth', o M234 oferece botões de corte de frequências graves (Low) e agudas (High). Isso permite que você molde o efeito para que ele se destaque na mixagem ou fique sutilmente ao fundo, resolvendo um problema comum de chorus analógicos que podem soar muito abafados ou muito brilhantes dependendo do amplificador.

Este pedal é a escolha ideal para músicos profissionais que tocam gêneros variados, do pop ao rock progressivo. A construção é tanque de guerra, típica da MXR, e o som é inegavelmente rico, utilizando circuitos BBD reais para criar texturas líquidas.

Se você precisa de um chorus que funcione tanto para arpejos limpos estilo anos 80 quanto para adicionar profundidade a solos com distorção, a flexibilidade de EQ deste modelo o torna superior aos concorrentes de dois botões.

Prós
  • Controles de corte de graves e agudos para escultura tonal precisa
  • Circuito BBD genuíno com timbre quente e orgânico
  • Carcaça indestrutível padrão MXR
Contras
  • O LED azul é excessivamente brilhante em palcos escuros
  • A posição dos jacks laterais ocupa mais espaço no board

2. TC Electronic Afterglow Chorus

O TC Electronic Afterglow aposta na nostalgia visual e sonora. Parte da linha "Smorgasbord of Tones", ele oferece uma carcaça robusta de metal e jacks montados no topo, o que facilita a organização em pedalboards apertados lateralmente.

Sonoramente, ele entrega aquele balanço clássico e a modulação envolvente típica dos circuitos antigos. O controle de 'Mix' é um diferencial bem-vindo nesta faixa de preço, permitindo dosar a quantidade de efeito misturado ao sinal limpo, algo essencial para baixistas ou para quem busca sutileza.

Este modelo é perfeito para quem está montando seu primeiro pedalboard analógico ou para amantes do visual vintage que não querem gastar muito. Ele não oferece a mesma clareza de agudos que o MXR, tendendo a um som mais escuro e denso.

Se o seu objetivo é recriar texturas grunge ou indie rock onde o chorus precisa ser presente e gordo, o Afterglow entrega essa performance com competência, embora seu tamanho físico seja consideravelmente maior que os mini pedais modernos.

Prós
  • Jacks no topo economizam espaço lateral no pedalboard
  • Controle de Mix permite ajustes sutis
  • Construção robusta em metal
Contras
  • Tamanho físico grande para a função que exerce
  • Pode soar um pouco escuro demais para alguns setups

3. JOYO JF-37 Analog Chorus

O JOYO JF-37 é um segredo aberto na comunidade de guitarra: ele é projetado para emular a sonoridade do lendário Boss CE-2, mas por uma fração do custo. Ele utiliza um chip BBD para entregar aquele timbre clássico, aveludado e musical que definiu o som de guitarra de inúmeras gravações.

A simplicidade é a chave aqui, com apenas dois controles: Rate (velocidade) e Depth (profundidade). Isso o torna extremamente fácil de configurar; praticamente qualquer posição dos botões soa musical.

Você deve considerar este pedal se busca o som de chorus "padrão" sem complicações extras. Ele brilha em timbres limpos, adicionando um brilho e movimento que enriquecem o som sem dominá-lo.

No entanto, a construção, embora de metal, utiliza componentes como o switch e jacks que são inferiores aos de marcas premium, o que pode ser um ponto de atenção para quem faz turnês intensas.

É a melhor opção custo-benefício para quem quer o som clássico do CE-2.

Prós
  • Fiel reprodução do timbre clássico estilo CE-2
  • Extremamente fácil de usar com apenas dois botões
  • Preço muito acessível
Contras
  • Switch de acionamento pode ser barulhento (pop)
  • Design visual e acabamento são genéricos

4. Nobels CHO-mini com Tap Tempo

A Nobels traz uma inovação rara para o formato mini: a função Tap Tempo. Geralmente, chorus analógicos compactos sofrem com a falta de recursos de controle, mas o CHO-mini quebra essa barreira.

Isso permite que o guitarrista sincronize a pulsação da modulação com o andamento da música em tempo real, um recurso inestimável para apresentações ao vivo onde a precisão rítmica é necessária.

Além disso, apesar do tamanho reduzido, ele não sacrifica a qualidade do timbre analógico.

Este pedal é a solução definitiva para músicos de Worship (igreja) ou pós-rock que têm pouco espaço no board mas exigem controle temporal dos efeitos. A capacidade de ajustar a velocidade com o pé, em vez de se abaixar para girar um botão minúsculo, muda a dinâmica da performance.

O som é transparente e moderno, funcionando bem tanto antes quanto depois de pedais de drive.

Prós
  • Função Tap Tempo rara em pedais analógicos mini
  • Economia extrema de espaço no pedalboard
  • Versatilidade rítmica superior
Contras
  • Preço mais elevado que outros mini pedais chineses
  • Botões de controle muito pequenos podem ser difíceis de ajustar no escuro

5. Donner Pedal Chorus Tutti Love

O Donner Tutti Love é um dos pedais mais populares na categoria de entrada, e por um bom motivo. Ele oferece um som de chorus analógico muito competente em um formato minúsculo. O destaque aqui é o botão "Level", que atua como um controle de mixagem.

Isso resolve um problema frequente em pedais baratos de chorus que tendem a aumentar o volume ou a alterar drasticamente o timbre quando acionados. Com o Level, você equilibra o efeito perfeitamente.

Se você é um iniciante montando seu primeiro set de efeitos ou um veterano precisando de um chorus "para aquela música específica" sem gastar muito ou ocupar espaço, o Tutti Love é imbatível.

O som é suave, quente e evita aquela sensação metálica de chorus digitais baratos. A construção em metal passa confiança, embora o tamanho exija cuidado para não pisar nos botões errados.

Prós
  • Botão Level permite controle de mixagem e volume
  • Tamanho ultra-compacto ideal para boards lotados
  • Preço extremamente competitivo
Contras
  • Não aceita bateria, requer fonte externa
  • Gráficos e design visual pouco inspirados

6. SONICAKE Pedal Chorus BBD Analógico

O modelo da SONICAKE da linha Cloud Chorus foca explicitamente na tecnologia BBD para atrair os puristas do timbre. Ele entrega um som vintage autêntico, com aquela oscilação característica que pode ir de um brilho sutil a um vibrato quase desafinado quando os controles são levados ao extremo.

A resposta de frequência é um pouco mais focada nos médios, o que ajuda a guitarra a cortar na mixagem sem soar estridente.

Este pedal é recomendado para guitarristas de jazz e blues que buscam um som mais tradicional e menos processado. O layout é intuitivo e a barra de proteção sobre os botões (comum na série da Sonicake) evita que você altere as configurações acidentalmente com o pé, um detalhe de design inteligente para o uso ao vivo.

É uma opção sólida que compete diretamente com o Donner, oferecendo uma voz ligeiramente diferente.

Prós
  • Barra de proteção dos knobs evita acidentes
  • Timbre focado nos médios, ideal para solos
  • Operação silenciosa para um pedal barato
Contras
  • Pode haver uma leve percepção de queda de volume ao acionar
  • Estética preta simples pode dificultar visualização em palco escuro

7. FLAMMA FC14 Analog Chorus

A FLAMMA tem ganhado reputação por entregar eletrônica de qualidade superior em carcaças acessíveis. O FC14 não é exceção. Ele oferece um chorus analógico limpo, com baixo ruído de fundo — algo que costuma ser o calcanhar de Aquiles dos circuitos BBD baratos.

Sua sonoridade é equilibrada, não sendo nem excessivamente escura nem artificialmente brilhante. Ele respeita o timbre original da guitarra.

Ideal para músicos modernos que tocam estilos como Neo-Soul ou Funk, onde o chorus precisa ser presente e limpo. A carcaça de metal azul é vibrante e durável. Diferente de alguns concorrentes que "comem" o sinal, o FC14 mantém a integridade do ataque da palheta, garantindo que o ritmo não se perca na modulação.

É uma atualização segura para quem está saindo de multiefeitos digitais antigos.

Prós
  • Baixo nível de ruído (noise floor)
  • Mantém a clareza do ataque da palheta
  • Design colorido e fácil de identificar
Contras
  • Knobs de plástico pequenos parecem frágeis
  • Sem opções de tone shaping (EQ)

8. AZOR Mini Pedal Analógico

O AZOR Mini entra na disputa como uma das opções mais econômicas do mercado. Ele compartilha o DNA de design de outros micro pedais chineses, oferecendo os controles básicos de Level, Depth e Rate.

Onde ele se diferencia é na agressividade da modulação. Mesmo em configurações baixas, o efeito é notável, tornando-o uma escolha interessante para quem gosta de chorus bem marcados, estilo Nirvana ou The Police.

Este é o pedal para o estudante ou o guitarrista de quarto que quer experimentar o efeito sem comprometer o orçamento. Embora não tenha a nuance de um MXR, ele cumpre a função de "molhar" o som com competência.

A construção é decente, mas deve-se ter cuidado com a entrada de energia, que pode ser sensível em unidades dessa faixa de preço.

Prós
  • Preço imbatível para iniciantes
  • Modulação profunda e perceptível
  • Inclui velcro adesivo na caixa (geralmente)
Contras
  • Durabilidade a longo prazo é questionável
  • Pode introduzir ruído se a fonte não for isolada

9. Rowin LE-304 Analog Chorus

O Rowin LE-304 é mais um combatente na arena dos micro pedais. Sua construção em liga de zinco é surpreendentemente pesada e robusta para o tamanho. Sonoramente, ele oferece um chorus "lush" (exuberante), com uma oscilação que remete aos sons psicodélicos do final dos anos 60.

O controle de profundidade tem um alcance amplo, indo de uma duplicação sutil até efeitos de marujada enjoativa.

Se você busca especificamente sons psicodélicos ou experimentais e tem pouco espaço, o LE-304 atende bem. Ele tende a colorir o som original mais do que o FLAMMA ou o Donner, adicionando uma característica própria.

Para puristas de timbre "transparente", pode não ser a primeira escolha, mas para quem vê o pedal como um instrumento de criação, é uma ferramenta valiosa e barata.

Prós
  • Carcaça de liga de zinco muito resistente
  • Alcance amplo de profundidade (Depth)
  • True Bypass real
Contras
  • Coloração excessiva do sinal original
  • Switch mecânico um pouco duro

10. Boss CEB-3 Bass Chorus

Embora projetado para baixo, o Boss CEB-3 merece um lugar nesta lista pela sua engenharia inteligente que beneficia também guitarristas de 7 cordas ou barítonos. O segredo deste pedal é o filtro "Low Filter".

Ele permite que você aplique o chorus apenas nas frequências agudas, deixando os graves limpos e diretos. Isso resolve o maior problema do chorus em instrumentos graves: a perda de definição e o som "embolado".

Para baixistas, este é o padrão ouro. Você consegue aquele brilho nos agudos para solos ou slap sem perder o peso fundamental da nota. Para guitarristas que usam afinações muito baixas (Drop A, Drop B), o CEB-3 oferece uma clareza que pedais de guitarra comuns não conseguem, pois não modula a fundamental grave que precisa ficar firme.

É uma ferramenta de precisão da Boss, com a durabilidade lendária da marca.

Prós
  • Filtro de frequências graves (Crossover) essencial para definição
  • Não embola o som em afinações baixas
  • Durabilidade e valor de revenda Boss
Contras
  • O efeito é mais sutil comparado a pedais de guitarra
  • Preço mais elevado que as opções chinesas

Chip BBD vs Digital: Qual a Diferença no Som?

A batalha entre analógico e digital define o caráter do seu som. Pedais analógicos com chips BBD (como o MN3007 ou clones modernos) têm limitações físicas: largura de banda reduzida e ruído de clock.

Ironicamente, são esses "defeitos" que criam a mágica. O som é mais escuro, funde-se melhor com a distorção e soa mais natural ao ouvido humano. É como ouvir um disco de vinil; a experiência é tátil e envolvente.

Já os pedais digitais (DSP) criam uma cópia perfeita do sinal, atrasam e desafinam matematicamente. O resultado é brilhante, cristalino e "hifi". Funciona maravilhosamente para sons limpos de estúdio estilo anos 80 (pense em racks de efeitos), mas pode soar metálico ou artificial quando combinado com overdrive.

Se o seu objetivo é calor e vibe, escolha BBD. Se quer precisão cirúrgica e clareza absoluta, o digital vence.

Como Ajustar Rate e Depth para Tones Clássicos

  • Som de 'Doubling' (Duplicação): Mantenha o Rate baixo (9h) e o Depth baixo (9h-10h). Isso cria a sensação de duas guitarras tocando juntas, ideal para bases de rock.
  • Leslie (Rotary Speaker): Aumente o Rate (3h ou mais) e diminua o Depth (9h). Isso simula a caixa giratória de um órgão Hammond, ótimo para blues e solos expressivos.
  • Chorus Líquido Anos 80: Configure Rate em 11h e Depth em 1h. É o ponto doce para arpejos limpos e baladas, onde o efeito é evidente mas não enjoativo.
  • Vibrato Sea-Sick: Rate alto e Depth alto. Cria um efeito de enjoo, desafinado e psicodélico, usado para texturas experimentais ou noise rock.

Boutique ou Barato: Qual Chorus Escolher?

A diferença de preço entre um pedal de R$ 200 e um de R$ 1.500 nem sempre se traduz em 10 vezes mais qualidade sonora. Pedais baratos (como Donner e Joyo) usam clones de chips BBD (geralmente CoolAudio) que soam 90% idênticos aos originais.

Para uso em casa ou ensaios, eles são imbatíveis. Onde eles perdem é no controle de qualidade, ruído de fundo e durabilidade dos componentes mecânicos.

Pedais de marca (MXR, Boss) ou Boutique oferecem melhor filtragem de energia (menos ruído), componentes selecionados (menor tolerância a variações) e carcaças que aguentam turnês mundiais.

Se você toca profissionalmente, o investimento em confiabilidade e menor ruído compensa. Para a maioria dos hobbistas, os pedais de entrada listados aqui entregam a experiência analógica autêntica sem falir sua conta bancária.

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