Qual é o Melhor Pandeiro Para Tocar Chorinho? 8 Modelos

Maria Silveira Costa
Maria Silveira Costa
11 min. de leitura

Escolher o pandeiro certo para tocar chorinho vai além de simplesmente encontrar um instrumento de 10 polegadas. O segredo está no timbre. O choro pede um som seco, articulado e com platinelas controladas, que complementem a melodia sem sobrecarregar a harmonia.

Este guia foi criado para ser o seu recurso definitivo. Analisamos 8 modelos populares, detalhando as nuances da pele, do corpo e das platinelas, para que você encontre o instrumento que melhor se encaixa no seu estilo e na sonoridade tradicional do gênero.

O Que Define um Bom Pandeiro para Chorinho?

Um pandeiro para chorinho precisa de características sonoras específicas. A principal delas é um som "seco" e preciso. Isso significa que tanto a pele quanto as platinelas devem ter pouco sustain, ou seja, a ressonância do som deve ser curta.

O objetivo é que cada batida seja clara e distinta, permitindo a execução das levadas rítmicas complexas do gênero sem embolar o som. A pele precisa ser responsiva aos toques de dedos, ponta de dedo e tapas, produzindo um grave definido, um tom médio claro e um agudo estalado.

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O tamanho de 10 polegadas é o padrão para o choro, pois oferece um excelente equilíbrio entre um grave encorpado e a facilidade de manuseio para as técnicas de mão. O material do corpo, seja madeira ou ABS, também influencia.

A madeira tende a produzir um som mais quente e ressonante, enquanto o ABS é mais leve e oferece um som mais focado. A escolha entre eles depende da sua preferência por timbre, peso e durabilidade do instrumento.

Análise: Os 8 Melhores Pandeiros para Chorinho

1. Pandeiro 10 polegadas com Pele de Cabra

Este pandeiro representa a essência do som tradicional do chorinho. A pele de cabra é o grande destaque, entregando um timbre quente, grave e com uma riqueza de harmônicos que as peles sintéticas dificilmente conseguem replicar.

A resposta ao toque é orgânica, permitindo uma dinâmica ampla que vai do sussurro ao tapa estalado com enorme musicalidade. O corpo em madeira contribui para essa sonoridade clássica, adicionando ressonância e profundidade ao grave da pele.

A afinação por tirantes simples é funcional e cumpre seu papel de manter a pele na tensão desejada.

Este instrumento é a escolha ideal para o músico purista, aquele que busca a sonoridade autêntica das rodas de choro tradicionais. Se você valoriza o timbre acima de tudo e não se importa com a manutenção extra que uma pele animal exige, este pandeiro irá recompensá-lo com um som expressivo e cheio de personalidade.

É perfeito para gravações em estúdio onde a riqueza de detalhes é fundamental e para apresentações acústicas onde o som do pandeiro pode brilhar sem competir com instrumentos de alto volume.

Prós
  • Timbre quente e profundo, característico da pele de cabra.
  • Excelente resposta dinâmica aos toques dos dedos.
  • Sonoridade autêntica e ideal para o chorinho tradicional.
  • Corpo de madeira que contribui para a ressonância.
Contras
  • Pele animal é sensível a variações de umidade e temperatura.
  • Exige mais cuidado e manutenção para preservar o couro.
  • As platinelas podem ter um acabamento simples em modelos de entrada.

2. Pandeiro Injetado 10 polegadas com Pele Animal

Combinando o melhor de dois mundos, este pandeiro oferece o som clássico da pele animal com a praticidade de um corpo moderno em ABS injetado. O resultado é um instrumento notavelmente mais leve que os modelos tradicionais de madeira, uma vantagem enorme para percussionistas que tocam por horas a fio.

A pele animal garante o timbre quente e a resposta tátil que os chorões apreciam, enquanto o corpo de ABS oferece durabilidade e resistência a impactos e variações climáticas, algo que a madeira não consegue igualar.

Se você é um músico que faz muitos shows, viaja com seu instrumento ou simplesmente sofre com o peso dos pandeiros de madeira, este modelo é a solução perfeita. Ele entrega a sonoridade orgânica necessária para o choro sem sacrificar o conforto.

É uma ferramenta de trabalho confiável, que reduz a fadiga em longas apresentações e resiste bem ao desgaste da estrada. A combinação de pele natural e corpo sintético o torna um pandeiro versátil e de excelente custo-benefício.

Prós
  • Leve e confortável para longas performances.
  • Combina o timbre quente da pele animal com a durabilidade do ABS.
  • Resistente a impactos e menos suscetível a danos em viagens.
  • Bom equilíbrio entre som tradicional e praticidade moderna.
Contras
  • A ressonância do corpo de ABS é menor que a da madeira, alterando sutilmente o timbre geral.
  • A pele animal ainda requer cuidados com a umidade.
  • O visual pode não agradar aos músicos mais tradicionalistas.

3. Pandeiro Profissional RMV 10 polegadas Pele Leitosa

A RMV é uma marca reconhecida pela qualidade e inovação, e este pandeiro profissional não é exceção. Equipado com uma pele leitosa sintética, ele foi projetado para o músico que exige consistência e estabilidade.

A pele leitosa emula parte do calor da pele animal, mas com a vantagem de não ser afetada por umidade ou calor. Isso significa que a afinação permanece estável do começo ao fim do show, seja em um bar com ar condicionado ou em uma roda de choro ao ar livre.

O som é focado, com um bom equilíbrio entre graves e agudos, e as platinelas de inox oferecem um brilho controlado e preciso.

Este pandeiro é a escolha do profissional ou do amador sério que precisa de um instrumento confiável para qualquer situação. Se você toca em palcos variados e não pode se dar ao luxo de ter seu som alterado pelo clima, este modelo da RMV é imbatível.

A construção robusta e os componentes de alta qualidade, como os afinadores precisos, garantem durabilidade e performance consistente. É um pandeiro feito para cortar a mixagem com clareza, ideal para apresentações com amplificação e gravações em estúdio que pedem um som de pandeiro limpo e definido.

Prós
  • Afinação extremamente estável graças à pele sintética.
  • Timbre consistente e previsível em qualquer ambiente.
  • Construção profissional e acabamento de alta qualidade.
  • Som focado, ideal para gravações e shows amplificados.
Contras
  • O som sintético pode carecer da complexidade harmônica da pele animal.
  • O preço é mais elevado, refletindo sua categoria profissional.
  • A sensação ao toque na pele sintética é diferente e pode exigir adaptação.

4. Pandeiro Batuka 10 polegadas Pele Leitosa Inox

O pandeiro Batuka com pele leitosa e platinelas de inox é uma excelente opção intermediária que oferece características profissionais a um preço acessível. A pele leitosa proporciona um som com bom ataque e projeção, mantendo a afinação estável.

O grande diferencial aqui são as platinelas de aço inox, que produzem um som mais brilhante e cortante em comparação com as de latão. Isso resulta em um pandeiro com um chocalho mais presente e definido, que se destaca bem no conjunto.

Este modelo é perfeito para o estudante de percussão que busca seu primeiro instrumento de qualidade ou para o músico que precisa de um pandeiro com som mais moderno e brilhante. Se você toca em rodas de choro mais movimentadas ou em outros gêneros como samba e pagode, a projeção extra das platinelas de inox será uma grande vantagem.

É um pandeiro versátil, que transita bem entre diferentes estilos musicais, oferecendo a estabilidade da pele sintética e um timbre vivo e articulado.

Prós
  • Platinelas de inox produzem um som brilhante e com ótima projeção.
  • Excelente custo-benefício para um pandeiro com pele leitosa.
  • Afinação estável e baixa manutenção.
  • Versátil para chorinho e outros gêneros musicais brasileiros.
Contras
  • O brilho excessivo das platinelas pode não ser ideal para o chorinho mais tradicional e contido.
  • O acabamento geral pode ser mais simples que o de modelos profissionais.
  • O corpo de madeira pode ser mais pesado que os modelos de ABS.

5. Pandeiro Torelli TP301 10 polegadas Pele Preta com Bag

O Torelli TP301 é um instrumento popular e confiável, conhecido por sua durabilidade e som consistente. Este modelo com pele preta sintética oferece um timbre ainda mais controlado e focado do que a pele leitosa.

A pele preta tende a ter menos sustain e harmônicos, resultando em um som excepcionalmente seco e percussivo. O grave é presente, mas contido, e o tapa é estalado e preciso. O corpo em acrílico adiciona um visual moderno e contribui para a leveza e resistência do pandeiro.

Este pandeiro é a escolha certa para o percussionista que busca máxima clareza e definição. Se o seu objetivo é ter uma articulação rítmica impecável, onde cada nota é ouvida com perfeição, a pele preta do TP301 é a ferramenta ideal.

Ele é fantástico para estudo técnico, pois expõe qualquer imprecisão na execução, e também brilha em estúdio, facilitando a microfonação e a mixagem. O fato de vir com uma bag é um bônus valioso, tornando-o uma opção prática e pronta para levar para ensaios e shows.

Prós
  • Som extremamente seco e focado, ideal para articulação precisa.
  • Pele preta oferece controle máximo de harmônicos.
  • Leve e durável, com corpo em acrílico.
  • Acompanha bag para transporte, um excelente benefício.
Contras
  • Pode soar 'seco demais' para quem prefere um timbre com mais ressonância.
  • A sonoridade é menos tradicional, afastando-se do som da pele de couro.
  • O visual do acrílico pode não agradar a todos.

6. Pandeiro Injetado 10 polegadas Preto Pele Leitosa

Este pandeiro é o verdadeiro "pau para toda obra". Ele reúne as características mais práticas disponíveis: corpo em ABS injetado, que o torna leve e quase indestrutível, e pele leitosa sintética, que garante afinação estável e um timbre equilibrado.

É um instrumento pensado para a durabilidade e a baixa manutenção. O som da pele leitosa oferece um bom meio-termo, com mais calor que uma pele transparente ou preta, mas com toda a confiabilidade de um material sintético.

O corpo preto confere um visual sóbrio e profissional.

Para quem está começando a tocar pandeiro e quer um instrumento sem complicações, esta é a melhor pedida. Você não precisará se preocupar com o clima ou com cuidados especiais. Para o músico profissional, ele funciona como um excelente pandeiro de reserva ou para situações onde o instrumento principal (de pele animal, por exemplo) poderia ser danificado.

Sua robustez o torna ideal para blocos de carnaval, oficinas de música e qualquer ambiente onde a resistência é tão importante quanto o som.

Prós
  • Extremamente leve e durável devido ao corpo em ABS.
  • Pele leitosa oferece som equilibrado e afinação estável.
  • Praticamente livre de manutenção.
  • Excelente opção de custo-benefício para iniciantes e como backup.
Contras
  • Falta a complexidade sonora e a ressonância de um pandeiro de madeira e pele animal.
  • O som, embora correto, pode carecer de personalidade.
  • Acabamento e platinelas podem ser de qualidade básica.

7. Pandeiro 10 polegadas ABS Pele Holográfica Prata

O principal atrativo deste pandeiro é, sem dúvida, o seu visual. A pele holográfica prateada cria um efeito de luz marcante no palco, chamando a atenção do público. Construído com corpo em ABS, ele é leve e resistente, seguindo a linha dos pandeiros modernos e práticos.

Sonoramente, as peles holográficas costumam ser feitas de um material similar às peles sintéticas transparentes, produzindo um som bastante brilhante, com ataque rápido e um sustain considerável tanto na pele quanto nas platinelas.

Este pandeiro não é a escolha mais indicada para o purista do chorinho. Seu som brilhante e com muita sobra destoa do timbre seco e contido que o gênero tradicionalmente pede. No entanto, ele é uma opção fantástica para músicos que tocam em bandas de axé, pagode, pop ou que buscam um forte impacto visual em suas performances.

Se a sua prioridade é o show e a presença de palco, este instrumento cumpre a função com maestria, garantindo que você não passará despercebido.

Prós
  • Visual impactante com a pele holográfica.
  • Leve e fácil de manusear.
  • Corpo em ABS resistente a impactos.
  • Som brilhante que se destaca em estilos musicais festivos.
Contras
  • Timbre inadequado para a sonoridade tradicional do chorinho.
  • Excesso de sustain na pele e nas platinelas.
  • A qualidade sonora é secundária em relação ao apelo visual.

8. Pandeiro 10 polegadas ABS com Estampa Bandeira

Similar ao modelo holográfico, este pandeiro coloca o apelo visual em primeiro plano. A estampa da bandeira do Brasil o torna um item temático, perfeito para eventos esportivos, festas nacionais ou para músicos que querem exibir seu patriotismo.

A construção é a mesma fórmula de sucesso em termos de praticidade: corpo leve em ABS e uma pele sintética que carrega a estampa. O som geralmente é o de uma pele sintética padrão, com bom volume e afinação estável, mas sem as nuances de peles mais especializadas.

Este é o pandeiro ideal para quem busca um instrumento para ocasiões específicas ou para iniciantes que querem um primeiro pandeiro divertido e funcional. Ele não oferece a profundidade sonora para uma roda de choro de alto nível, mas é perfeitamente capaz de marcar o ritmo em uma festa ou churrasco.

Se você é um torcedor que quer animar os jogos da seleção ou um percussionista que precisa de um adereço temático para uma apresentação, este modelo atende exatamente a essa necessidade.

Prós
  • Visual temático e patriótico.
  • Leve, durável e de fácil manutenção.
  • Preço acessível, ideal para iniciantes ou uso ocasional.
  • Funcional para animar festas e eventos.
Contras
  • Sonoridade genérica, não especializada para o choro.
  • A estampa é o foco, não a qualidade do timbre.
  • Platinelas e hardware geralmente de nível básico.

Pele Animal vs. Pele Sintética: Qual o Melhor Timbre?

A escolha da pele é talvez a decisão mais importante na busca pelo pandeiro de choro ideal. Cada tipo oferece um universo sonoro distinto.

  • Pele Animal (Cabra, Bode): É a escolha tradicional. Oferece um som quente, grave, com uma riqueza de tons e uma resposta ao toque que parece viva. Para o chorinho, o som aveludado e orgânico da pele de couro é insuperável. A principal desvantagem é sua sensibilidade à umidade, que pode fazer a pele afrouxar e perder a afinação.
  • Pele Sintética (Leitosa, Preta, Holográfica): Sua maior vantagem é a estabilidade. Não importa se está chovendo ou fazendo sol, a afinação permanece constante. O som é mais brilhante, focado e com mais ataque. A pele leitosa busca imitar o calor da pele animal, enquanto a preta é ainda mais seca e controlada. São perfeitas para quem precisa de confiabilidade no palco e no estúdio.

Tamanho e Material do Corpo: Impacto no Som e Conforto

O corpo do pandeiro, também chamado de aro, influencia tanto o som quanto a experiência de tocar.

  • Tamanho: O padrão de 10 polegadas é universalmente aceito para o choro. Ele fornece a área de superfície ideal para um bom som grave sem se tornar pesado ou desajeitado. Pandeiros maiores (11 ou 12 polegadas) têm mais grave, mas são mais pesados e lentos. Menores (8 polegadas) são muito agudos e perdem o peso sonoro.
  • Material do Corpo (Madeira vs. ABS): A madeira é o material clássico, contribuindo para um som mais quente e ressonante, que se integra perfeitamente com a pele animal. Contudo, é mais pesada e sensível a quedas. O ABS (um tipo de plástico resistente) tornou-se popular por ser extremamente leve e durável. Ele não adiciona tanta ressonância, o que pode resultar em um som geral mais 'controlado' e focado, uma característica que agrada a muitos percussionistas modernos.

A Importância das Platinelas e da Afinação

As platinelas (os pequenos pratos de metal no aro) são a alma do chocalho do pandeiro. Para o choro, o ideal são platinelas com som "seco", "fechado" e com pouco sustain. Elas devem produzir um "tchac" preciso, não um "tshhhhh" longo e sibilante.

Platinelas de latão (amarelas) costumam ser mais macias e tradicionais. As de aço inox são mais brilhantes e cortantes. Pandeiros artesanais podem ter platinelas marteladas à mão, que oferecem um som mais complexo e controlado.

A afinação, por sua vez, é o ajuste da tensão da pele. Uma pele mais esticada produz um som mais agudo e um tapa mais estalado. Uma pele mais frouxa gera um grave mais profundo. Para o choro, busca-se um equilíbrio: a pele deve ser tensa o suficiente para que o tapa e os toques de dedo sejam claros, mas não tanto a ponto de perder o som grave e fundamental.

A maioria dos pandeiros usa um sistema de parafusos (tirantes) que permite ajustar essa tensão com uma chave de afinação.

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