Qual É a Melhor Maquina de Solda? Guia Com 10 Modelos

Maria Silveira Costa
Maria Silveira Costa
10 min. de leitura

Escolher o equipamento de soldagem ideal vai muito além de comparar preços. A decisão correta envolve entender a amperagem real necessária, o ciclo de trabalho e a portabilidade que o seu dia a dia exige.

Se você solda portões pesados o dia todo, precisa de uma ferramenta diferente de quem faz reparos ocasionais em chapas finas no fim de semana. Este guia técnico analisa as especificações e o desempenho prático das principais inversoras do mercado para garantir que seu investimento traga retorno e durabilidade.

Critérios: Como Escolher a Amperagem Certa?

A amperagem define a capacidade de penetração da solda e a espessura do eletrodo que a máquina consegue derreter. Muitos compradores erram ao adquirir máquinas subdimensionadas que desarmam por superaquecimento.

Para eletrodos comuns de 2.5mm (E6013), uma máquina que entrega 90A a 100A reais é suficiente. No entanto, se o seu objetivo é trabalhar com eletrodos de 3.25mm, você deve buscar equipamentos que entreguem pelo menos 130A a 140A com estabilidade.

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Outro ponto crucial é a margem de segurança. Comprar uma máquina que opera no limite máximo o tempo todo reduz drasticamente a vida útil dos componentes eletrônicos internos. O ideal é escolher um modelo onde sua corrente de trabalho habitual represente cerca de 60% a 70% da capacidade total da inversora.

Isso garante um arco mais estável e menos paradas para resfriamento.

Ranking: As 10 Melhores Máquinas de Solda

1. Inversora de Solda ESAB Bantam 3.2 Bivolt

A linha Bantam da ESAB é uma lenda no mercado brasileiro e esta versão inversora moderniza esse legado mantendo a robustez característica da marca. Este modelo é a escolha definitiva para serralheiros profissionais que precisam de confiabilidade extrema e não podem se dar ao luxo de ter o equipamento parado em manutenção.

A capacidade de operar em Bivolt automático facilita muito a vida de prestadores de serviço que nunca sabem qual voltagem encontrarão na obra.

Ela foi projetada para derreter eletrodos de até 3.25mm com um arco macio e extremamente estável, o que facilita o controle da poça de fusão mesmo para operadores menos experientes.

A construção interna é reforçada para aguentar o tranco do dia a dia e o transporte constante. Se você busca uma ferramenta que aguente o uso contínuo em serralheria leve e média, a Bantam oferece a melhor relação entre peso e potência da categoria premium.

Prós
  • Marca referência mundial em soldagem
  • Arco elétrico extremamente estável e macio
  • Sistema Bivolt automático confiável
  • Design compacto e fácil de transportar
Contras
  • Preço mais elevado comparado a marcas de entrada
  • Os cabos da garra negativa e porta-eletrodo são curtos

2. Boxer Inversora de Solda Flama 201BV 200A

A Boxer Flama 201BV ganhou fama de indestrutível entre os profissionais e faz jus ao slogan solda sem parar. Com 200 Amperes de potência real, esta máquina é voltada para quem trabalha com estruturas metálicas pesadas e precisa derreter eletrodos de 4mm ou até mesmo eletrodos especiais como E7018 e ferro fundido sem dificuldade.

O ciclo de trabalho alto permite longos cordões de solda sem que o sensor térmico interrompa o serviço.

Este modelo é ideal para oficinas de médio porte e manutenção industrial. O display digital facilita o ajuste fino da amperagem e a máquina possui tecnologias como Hot Start e Arc Force bem calibradas, que impedem que o eletrodo grude na peça no início da soldagem.

A construção interna com componentes superdimensionados garante que ela suporte oscilações de energia melhor que a concorrência.

Prós
  • Alto ciclo de trabalho (solda sem parar)
  • Suporta eletrodos de até 4mm e E7018
  • Robustez superior para ambientes de obra
  • Assistência técnica e garantia elogiadas
Contras
  • Ventoinha de refrigeração gera ruído considerável
  • Custo superior para quem usará apenas em hobby

3. Inversor Vonder RIV 156 Eletrodo e TIG 150A

A Vonder RIV 156 se posiciona como uma opção versátil para manutenção e reparos gerais, equilibrando bem custo e benefício. Com 150A, ela atende perfeitamente a demanda de eletrodos de 3.

25mm, sendo suficiente para a grande maioria dos serviços residenciais e de pequenas oficinas. O diferencial deste modelo é a chave seletora para o processo TIG Lift, permitindo soldas de acabamento fino em aço carbono e inox (embora a tocha TIG geralmente precise ser adquirida à parte).

Para o usuário que valoriza a facilidade de encontrar peças de reposição e assistência técnica em qualquer lugar do Brasil, a Vonder é uma escolha segura. O equipamento é leve e o painel digital é bastante legível.

É a máquina recomendada para o profissional de manutenção predial que precisa de um equipamento ágil para consertar desde um corrimão até uma estrutura de portão.

Prós
  • Ampla rede de assistência técnica no Brasil
  • Função TIG Lift integrada
  • Display digital de fácil leitura
  • Bivolt automático
Contras
  • Não acompanha a tocha TIG na caixa padrão
  • Cabos poderiam ser mais flexíveis

4. Inversora Boxer Flama 161A BV com TIG Raspagem

A Flama 161A é a irmã mais compacta da linha Boxer, mas não se engane pelo tamanho: ela entrega performance profissional. Projetada para o serralheiro montador que passa o dia subindo em escadas e andaimes, seu peso reduzido é o grande atrativo.

Ela mantém a capacidade de soldar eletrodos de 3.25mm sem paradas térmicas frequentes, uma característica rara em máquinas desse porte físico.

Além da solda com eletrodo revestido (MMA), ela também oferece a função TIG de raspagem. É a escolha perfeita para instaladores de toldos, estruturas leves e manutenções externas onde a portabilidade é fundamental, mas a potência não pode ser comprometida.

A durabilidade dos componentes internos segue o padrão rigoroso da linha Flama.

Prós
  • Extremamente portátil e leve
  • Excelente ciclo de trabalho para a categoria
  • Solda eletrodo 3.25mm com folga
  • Ótimo acabamento e durabilidade
Contras
  • Display pode ser difícil de ler sob sol forte
  • A alça de transporte é simples (tira de nylon)

5. Máquina de Solda Tekna TW130I MIG/MMA Portátil

Esta máquina da Tekna é a porta de entrada ideal para quem deseja experimentar a soldagem MIG sem a complexidade e o custo dos cilindros de gás. Ela opera com arame tubular (flux core), o que a torna perfeita para iniciantes e hobbistas que trabalham em locais abertos com vento, onde o gás de proteção seria dispersado.

A facilidade de uso do processo MIG permite que mesmo usuários sem experiência consigam fazer cordões de solda aceitáveis rapidamente.

Com 130 Amperes, ela é focada em chapas finas, como reparos de lataria automotiva, artesanato em metal e tubos de parede fina (metalon). Não espere soldar vigas estruturais pesadas com ela.

É a ferramenta certa para o restaurador de carros de garagem ou para quem faz móveis estilo industrial e precisa de soldas mais limpas e rápidas que o eletrodo revestido.

Prós
  • Permite solda MIG sem necessidade de cilindro de gás
  • Curva de aprendizado muito mais rápida que eletrodo
  • Versátil: funciona também como inversora de eletrodo
  • Preço acessível para tecnologia MIG
Contras
  • Baixa amperagem limita o uso a chapas finas
  • Mecanismo de tração do arame é de plástico

6. Solda Inversora Easymig Start 160A 3 em 1

A Easymig Start de 160A se destaca por ser uma verdadeira central de soldagem 3 em 1 para a oficina doméstica avançada. Ela combina MIG (com e sem gás), TIG e Eletrodo em um único chassi compacto.

A vantagem dos 160 Amperes em relação aos modelos de 130A é a

reserva de potência, permitindo soldar chapas um pouco mais espessas e trabalhar com arames de 0.8mm com melhor penetração.

Este modelo é recomendado para o entusiasta "Maker" que gosta de variar os projetos, alternando entre a rapidez do MIG para estruturas e a versatilidade do eletrodo para reparos externos.

A possibilidade de usar gás no processo MIG futuramente oferece um caminho de evolução para o usuário, permitindo soldas com acabamento muito superior e sem escória.

Prós
  • Multiprocesso: MIG, TIG e Eletrodo
  • Potência de 160A oferece boa versatilidade
  • Aceita rolos de arame de 1kg e 5kg (verificar adaptador)
  • Bom custo-benefício para uma máquina 3 em 1
Contras
  • Manual de instruções costuma ser pouco detalhado
  • Tocha MIG integrada (não euro conector) dificulta troca

7. Inversora Black Arc 120A Start Serralheiro 220V

A Black Arc 120A é uma máquina focada no essencial, desenhada para ser a opção de menor custo para quem já possui uma tomada 220V disponível. Por ser exclusiva 220V, ela tende a ter uma eficiência energética e estabilidade de arco ligeiramente superiores aos modelos bivolt de entrada quando operados na mesma voltagem.

É uma ferramenta de combate para pequenos reparos.

Seu público-alvo é o proprietário de casa ou sítio que precisa soldar uma dobradiça quebrada, reforçar uma grade ou fazer pequenos consertos em implementos agrícolas leves. Devido à amperagem limitada de 120A, o uso ideal é com eletrodos de 2.

5mm. Tentar usar eletrodos de 3.25mm continuamente vai acionar a proteção térmica com frequência.

Prós
  • Preço extremamente competitivo
  • Muito leve e fácil de guardar
  • Eficiência boa por ser 220V nativo
Contras
  • Limitada a eletrodos finos (2.0mm e 2.5mm ideais)
  • Falta de flexibilidade por não ser Bivolt

8. Máquina Inversora Nakasaki NK250A 250A Bivolt

A Nakasaki NK250A atrai atenção pelos números impressionantes na ficha técnica, prometendo 250 Amperes a um custo baixo. No entanto, é importante ter um olhar crítico: em máquinas dessa faixa de preço, a amperagem anunciada muitas vezes é a de pico e não a real (RMS).

Ainda assim, ela entrega potência suficiente para a grande maioria dos trabalhos de hobby e serralheria leve.

Ela é indicada para usuários ocasionais que buscam "sobra" de potência para não forçar a máquina em soldas de eletrodos 3.25mm. O acabamento e os acessórios (cabos e garra) são de qualidade básica, condizentes com o preço.

Funciona bem como uma máquina secundária ou para quem está começando e tem orçamento restrito.

Prós
  • Baixo custo para a potência declarada
  • Bivolt, facilitando o uso em diferentes locais
  • Display digital ajuda na regulagem
Contras
  • Amperagem real costuma ser inferior à nominal
  • Cabos e acessórios de qualidade inferior
  • Durabilidade em uso profissional intenso é questionável

9. Inversora SparkBR 120MMA Painel Digital Bivolt

A SparkBR apresenta um modelo compacto que aposta na facilidade de uso através do painel digital, um recurso excelente para iniciantes que ainda não têm a sensibilidade de ajustar a corrente "de ouvido".

Com 120A e Bivolt, ela é uma concorrente direta das máquinas de entrada, focando em portabilidade máxima.

Esta inversora é ideal para ter na caixa de ferramentas para emergências. Seu tamanho reduzido permite guardá-la em qualquer armário. O desempenho é honesto para eletrodos de 2.5mm, proporcionando um arco estável para pequenas soldas em perfis leves e chapas galvanizadas.

Não é recomendada para soldas estruturais ou uso prolongado.

Prós
  • Painel digital preciso
  • Ultracompacta e leve
  • Bivolt automático
Contras
  • Ciclo de trabalho baixo em amperagem máxima
  • Carcaça e construção parecem frágeis para obra

10. Inversora Black Arc 250 Start MMA TIG 220V

Fechando a lista, temos a versão mais potente da linha Black Arc. Este modelo de 250A (nominais) em 220V visa atender quem precisa de mais força bruta do que o modelo de 120A pode oferecer.

A inclusão da capacidade TIG (novamente, tocha vendida separadamente) expande as possibilidades de uso para trabalhos com acabamento mais refinado.

É uma opção interessante para semi-profissionais que precisam soldar materiais um pouco mais espessos, como cantoneiras de 1/4 de polegada, e não querem investir em marcas premium de topo.

A robustez é melhor que a versão de entrada, mas o consumo de energia também é maior, exigindo uma instalação elétrica adequada (fiação de 4mm ou 6mm recomendada).

Prós
  • Maior potência da linha de entrada
  • Suporte a processo TIG
  • Boa ventilação interna
Contras
  • Pesada em comparação aos modelos mini
  • Exige disjuntores de maior capacidade na instalação

MIG, TIG ou Eletrodo: Qual Processo Usar?

A escolha do processo define a qualidade e a facilidade do seu trabalho. O Eletrodo Revestido (MMA) é o "trator" da soldagem: funciona em ambientes externos com vento, solda metais sujos ou enferrujados e o equipamento é barato.

É a melhor escolha para reparos em portões, grades e estruturas de construção civil onde a estética perfeita não é a prioridade absoluta.

Já o processo MIG/MAG é focado em produtividade e facilidade. Se você trabalha com chapas finas (lataria de carro, móveis tubulares), o MIG é superior porque não fura o material facilmente e não exige troca constante de eletrodo.

O TIG, por sua vez, é a solda cirúrgica. Essencial para aço inoxidável e trabalhos artísticos onde o cordão de solda precisa ficar aparente e perfeito, mas exige muito mais habilidade manual e coordenação.

Inversora vs Transformador: Vantagens da Inversora

A tecnologia transformou as máquinas de solda. Os antigos transformadores pesavam mais de 30kg, consumiam muita energia e tinham um arco difícil de abrir. As inversoras, como as listadas aqui, utilizam circuitos eletrônicos para transformar a energia, resultando em equipamentos que pesam entre 3kg e 8kg.

Você pode carregar a máquina no ombro e subir em um andaime sem esforço.

Além da portabilidade, a principal vantagem técnica da inversora é a saída em Corrente Contínua (DC). Isso gera um arco elétrico muito mais estável, macio e com menos respingos. Funções inteligentes como "Anti Stick" (que corta a corrente se o eletrodo grudar) e "Hot Start" (que dá um pico de energia para facilitar o início da solda) são exclusivas das inversoras e facilitam imensamente o aprendizado para iniciantes.

Entendendo o Ciclo de Trabalho da Máquina

Este é o dado técnico mais importante e o mais ignorado. O ciclo de trabalho é expresso em porcentagem considerando um período de 10 minutos. Se uma máquina diz que tem ciclo de 60% a 160A, significa que ela pode soldar continuamente por 6 minutos nessa amperagem, mas precisa descansar (ligada, ventilando) por 4 minutos para não queimar.

Para uso hobby, um ciclo de 30% ou 40% é aceitável, pois você passa muito tempo preparando a peça, esmerilhando e medindo. Para uso industrial, onde o soldador fica com o arco aberto quase o tempo todo, busca-se ciclos de 60% ou 100%.

Comprar uma máquina com ciclo baixo para alta produção resultará em paradas constantes da proteção térmica, frustrando o operador.

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